quarta-feira, 28 de abril de 2010

AlimentaçãoTodas as cobras são carnívoras, comendo pequenos animais (incluindo lagartos e outras cobras), aves, ovos ou insetos. Algumas cobras têm uma picada venenosa para matar as suas presas antes de as comerem. Outras matam as suas presas por estrangulamento. As cobras não mastigam quando comem, elas possuem uma mandíbula flexível, cujas duas partes não estão rigidamente ligadas, esse feito se dá graças ao osso quadrado que funciona como uma peça de encaixe, que quando necessário ela desarticula sua mandibula dependendo do tamanho de sua presa(ao contrário da crença popular, elas não desarticulam as suas mandíbulas), assim como numerosas outras articulações do seu crânio, permitindo-lhes abrir a boca de forma a engolir toda a sua presa, mesmo que ela tenha um diâmetro maior que a própria cobra.As cobras ficam entorpecidas, depois de comerem, enquanto decorre o processo da digestão. A digestão é uma atividade intensa e, especialmente depois do consumo de grandes presas, a energia metabólica envolvida é tal que na Crotalus durissus, a cascavel mexicana, a sua temperatura corporal pode atingir 6 graus acima da temperatura ambiente. Por causa disto, se a cobra for perturbada, depois de recentemente alimentada, irá provavelmente vomitar a presa para tentar fugir da ameaça. No entanto, quando não perturbada, o seu processo digestivo é altamente eficiente, dissolvendo e absorvendo tudo excepto o pêlo e as garras, que são expelidos junto com o excesso de ácido úrico.Por norma, as serpentes não costumam atacar seres humanos, mas há exemplos de crianças pequenas que têm sido comidas por grandes jibóias. Apesar de existirem algumas espécies particularmente agressivas, a maioria não atacará seres humanos, a menos que sejam assustadas ou molestadas, preferindo evitar este contacto.
ReproduçãoAs cobras usam um vasto número de modos de reprodução. Todas usam fertilização interna, conseguida por meio de hemipénis bifurcados, que são armazenados invertidamente na cauda do macho. A maior parte das cobras põe ovos e a maior parte destas abandona-os pouco depois de os pôr; no entanto, algumas espécies são ovovivíparas e retém os ovos dentro dos seus corpos até estes se encontrarem prestes a eclodir.Recentemente, foi confirmado que várias espécies de cobras desenvolvem os seus descendentes completamente dentro de si, nutrindo-os através de uma placenta e um saco amniótico. A retenção de ovos e os partos ao vivo são normalmente, mas não exclusivamente, associados a climas frios, sendo que a retenção dos descendentes dentro da fêmea permite-lhe controlar as suas temperaturas com maior eficácia do que se estes se encontrassem no exterior.
Cobras PeçonhentasEmbora apenas um quarto das cobras sejam peçonhentas - é vulgar chamar erradamente venenosos aos animais que injetam sua toxina -, muitas das espécies são letais aos humanos. Estas cobras letais são geralmente agressivas e sua peçonha pode matar um adulto saudável, se este não for devidamente tratado no período de algumas horas. As cobras venenosas são classificadas em quatro famílias taxonómicas: Elapidae - najas, mambas, cobras-coral, etc.Viperidae - cascavel, jararaca, surucucu, víbora-cornuda, víbora-de-seoane, etc. Colubridae - cobra-rateira, nem todas venenosas. Hydrophiidae Em Portugal, apenas existem espécies de duas destas famílias - Colubridae e Viperidae. Apenas três espécies merecem referência como perigosas para o Homem: a cobra-rateira, a víbora-cornuda e a víbora-de-seoane. Os casos de mordeduras fatais conhecidos são raros e ocorreram principalmente em indivíduos debilitados, idosos, doentes ou crianças. Existem antídotos específicos para o veneno destas espécies
cobras ou ofídios são répteis poiquilotérmicos (ou pecilotérmicos) sem patas, pertencentes à sub-ordem serpentes, bastante próximos dos lagartos, com os quais partilham a ordem Squamata.Há também várias espécies de lagartos sem patas que se assemelham a cobras, sem estarem relacionados com estas.A atração pelas cobras é chamada de ofiofilia, a repulsão é chamada de ofiofobia.O estudo dos répteis e anfíbios chama-se herpetologia (da palavra grega herpéton que significa "aquilo que rasteja" - em especial, serpentes).
Fiocruz é referência em atendimento de acidentes com animais peçonhentosIsis Breves
Referência do Estado do Rio de Janeiro em atendimento a vítimas de acidentes com animais peçonhentos, como cobras, escorpiões e aranhas, o Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec) da Fiocruz desenvolve um estudo de caracterização clínica desses acidentes. O objetivo é descrever as manifestações clínicas provocadas por cada espécie animal, visando oferecer o tratamento mais adequado em cada caso e avaliar eventuais reações adversas aos soros aplicados. “Como um dos pólos de atendimento do estado, o Ipec tem os soros para tratamento específico feito aqui no hospital. Além disso, por meio de nosso Serviço de Farmácia, que funciona 24 horas, repassamos os soros às unidades do SUS mediante a notificação para a vigilância em saúde”, explica o infectologista José Cerbino Neto, responsável por esse atendimento.

Cobra cascavel (Foto: CAP/UFRGS) Segundo Cerbino, a gravidade do acidente varia de acordo com a espécie do animal, a quantidade de veneno injetado, a idade da vítima e as complicações que ela possa apresentar. “Os acidentes mais graves, de modo geral, são observados em crianças e idosos. Considerando-se todas as faixas etárias, os acidentes de maior gravidade são com cobras, sendo a jararaca a espécie mais comumente envolvida”, afirma.Em caso de acidente com cobra, escorpião ou aranha, o local da mordida ou picada deve ser lavado com água e sabão e é fundamental procurar imediatamente assistência médica em um serviço de emergência. “O tempo entre o acidente e o atendimento é essencial para o sucesso do tratamento, que deve ser iniciado até seis horas após o ocorrido”, lembra o infectologista. O soro é a única terapia eficaz e ele é específico para cada espécie de animal.Na cidade do Rio, além do Ipec, as outras unidades que prestam esse atendimento e têm os soros são o Hospital Municipal Lourenço Jorge, o Hospital Universitário do Fundão e o Hospital Estadual Pedro II. “É imprescindível que o atendimento em caso de acidente com animal peçonhento seja feito no hospital, onde será possível a identificação correta da espécie envolvida, seja por avaliação das características do animal, quando este estiver disponível, seja por observação do quadro clínico do paciente, que varia de acordo com o tipo de veneno”, destaca Cerbino. “Não existe um soro polivalente ou universal e a dose recomendada varia de acordo com a gravidade do quadro”, completa o médico. Por exemplo: se uma pessoa for mordida por uma cobra cascavel e receber o soro para jararaca, além de os efeitos do veneno não serem neutralizados, o paciente ainda será exposto a complicações devido a reações alérgicas.A aplicação do soro é feita na veia do paciente. E este soro é produzido em cavalos. Logo, quando ele é injetado no organismo humano, pode haver alguma reação alérgica que precise ser tratada imediatamente, o que ratifica a necessidade de o atendimento ser feito em um hospital. “Observa-se um número alto de eventos adversos no tratamento soroterápico. Por isso, o monitoramento do paciente na unidade hospitalar é fundamental”, diz Cerbino.A urbanização desordenada, associada ao crescimento da população, favorece o encontro das pessoas com esses animais. Para evitar ataques de cobras, escorpiões e aranhas, é necessário adotar algumas medidas de prevenção: na área rural ou de mata, usar botas de borracha (galochas); no ambiente peridomiciliar, para evitar a presença de serpentes, é importante fazer a limpeza das áreas ao redor da casa, do paiol e das plantações, eliminando montes de entulho, acúmulo de lixo ou de folhagens, que podem servir de abrigo para os ratos, principal alimento das cobras; manter a grama do quintal baixa e construir um piso de cimento entre separando a casa da área externa; tapar buracos e frestas em paredes, pois podem ser possíveis tocas para escorpiões; fazer limpeza na casa, retirando as teias de aranha.“Essas medidas ambientais de prevenção podem diminuir consideravelmente a incidência de acidentes com animais peçonhentos”, sublinha Cerbino. Existem, ainda, as medidas biológicas de prevenção. Na área rural ou de plantação, por exemplo, o controle dos escorpiões pode ser feito com a presença de um predador natural, como as galinhas.
Saiba o que fazer em caso de acidente com animal peçonhento:1) Não amarre o membro acidentado, porque isto, além de não evitar que o veneno seja absorvido, impede a circulação do sangue, podendo produzir necrose ou gangrena;2) Não corte o local da picada: alguns venenos podem provocar hemorragias;3) Não adianta chupar o local da picada ou mordida: além de ser impossível retirar o veneno circulante do sangue, a sucção pode piorar o estado daquela região do corpo;4) Não coloque qualquer substância no local;5) O acidentado não deve tomar qualquer bebida alcoólica;6) Coloque o acidentado em repouso, com a parte do corpo acidentada em posição elevada, e, em seguida, leve-o imediatamente ao hospital, para que receba o soro e o atendimento adequados.Fonte: Cartilha do Instituto Butantan

sábado, 24 de abril de 2010